O Rio Piracicaba, que já apresentava vazão e nível baixos desde o início do ano, se tornou um “caminho de pedras” nesta quinta-feira (17). No salto do rio, a região famosa do manancial pela força da queda, havia apenas fios de água em decorrência da atual crise hídrica.
Já a mediações da vazão e da profundidade são impossíveis de serem calculadas na data porque os equipamentos tiveram problemas e foram repostos desde o início da semana, mas ainda passam por testes, segundo o Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee).
Ainda segundo o Daee, mesmo com a incerteza dos números, é possível afirmar que a vazão e a profundidade do manancial estão abaixo da média histórica para julho. O volume nesta manhã de quinta estava na casa dos 13 mil litros de água por segundo e a profundidade em torno de 90 centímetros, conforme o departamento.
O órgão informou ainda que o equipamento de medição foi trocado na última sexta-feira (11) e, após a troca, os índices apresentam números que não são confiáveis. É preciso, segundo o Daee, um período de consolidação dos dados para obter um panorama exato da situação do manancial.
Ainda de acordo com o departamento, a constante baixa vazão deste ano pode ter motivado o problema de regulagem no equipamento, mas não há como comprovar essa hipótese.
em 30 anos para o período (Foto: Leon Botão/G1)
Crise hídrica
Em fevereiro deste ano, no final de um verão com pouca chuva, o Rio Piracicaba registrou uma das vazões mais baixas da história, com 13 mil litros de água por segundo, na área próxima à Rua do Porto.
A estiagem no primeiro semestre de 2014 atingiu todo estado de São Paulo, o que fez com que os reservatórios do Cantareira batessem recordes de baixo nível. Com a situação foi necessária captação no chamado “volume morto” do Sistema Cantareira para garantir a continuidade do abastecimento na Região Metropolitana de São Paulo.
Como o inverno é marcado por falta de chuvas, o Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) considera que o momento mais crítico da crise hídrica paulista pode ocorrer nos próximos três meses, período que coincide com o prazo estimado para o consumo da água do chamado “volume morto”.