Rio sofre pior ano de sua história em relação aos índices de vazão e nível.
Água do manancial estava coberta de espuma na manhã desta quarta-feira.
O banco de areia que apareceu no Rio Piracicaba, próximo à Rua do Porto, área turística e central de Piracicaba (SP), foi tomado por vegetação após ficar exposto por quase cinco meses à seca do manancial. Desde o fim de janeiro, quando a cidade passou por um verão atípico sem chuvas, o local virou atração de turistas e de moradores da cidade. O mato também cresceu em meio às pedras que normalmente estariam cobertas pela água.
O manancial está com vazão e nível abaixos da média para o mês de julho, que é de 67 mil litros de água por segundo e 1,54 metro, respectivamente. No entanto, devido a problemas técnicos no equipamento de telemetria do Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), não é possível afirmar quais são os valores exatos. O órgão ainda faz testes na régua de medição.
na quarta-feira (23) (Foto: Fernanda Zanetti/G1)
Espuma no rio
Nesta quarta-feira (23), parte do Rio Piracicaba que ainda sofre menos com a seca amanheceu coberta de espuma, o que ocorre devido à grande concentração de poluentes na baixa quantidade de água do manancial, conforme informações da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). As nascentes do Rio Piracicaba fornecem água para o Sistema Cantareira, que é responsável por parte do abastecimento da Grande São Paulo.
Churrasco no rio
Em fevereiro, um grupo de moradores de Piracicaba se reuniu e conseguiu entrar no manancial com três carros. Eles fizeram um churrasco no banco de areia. Os amigos fincaram ainda um guarda-sol nos margens, colocaram cadeiras, churrasqueira, uma mesa e até tomaram cervejas na época.
O banco de areia chegou a ficar coberto de novo em maio, após 36 milímetros de chuvaocorrida em menos de 20 horas. Na época, a vazão chegou a triplicar com a precipitação. Após aquele ocorrência, a cidade enfrentou 45 dias de estiagem, que foi interrompida no início de julho. No entanto, a chuva não afetou a situação do manancial que corta a cidade.
Pior da história
O momento pelo qual o Rio Piracicaba passa em 2014 é o pior desde 1964, quando a medição de profundidade e vazão passaram a ser medidas. Em fevereiro, por exemplo, a profundidade do rio naquela época foi de 93 centímetros, enquanto o normal para aquela época seria de 3 metros. Em maio e junho, o manancial bateu novos recordes negativos de vazão para cada mês.