Animais, a maioria da espécie mandi, foram encontrados boiando nesta 4ª.
Situação é semelhante à ocorrida em fevereiro, mas em menor proporção.
O Rio Piracicaba voltou a registrar mortandade de peixes no trecho urbano de Piracicaba (SP) na tarde desta quarta-feira (13). Os animais, a maioria da espécie mandi, foram encontrados boiando na extensão do manancial entre a Ponte do Morato e a rampa dos pescadores do bairro Nova Piracicaba, formando “ilhas” no decorrer da margem da Avenida Cruzeiro do Sul. O problema é semelhante ao ocorrido em fevereiro no mesmo ponto, mas em menor proporção.

peixes (Foto: Mateus Medeiros/Arquivo pessoal)
A agência local da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) informou que enviaria uma equipe técnica para avaliar as causas da mortandade, mas adiantou que a baixa vazão do Rio Piracicaba deve ser o principal motivo.
Às 17h desta quarta-feira, o nível do curso d’água era de apenas 82 centímetros, com vazão de 12 mil litros por segundo, conforme medição da estação do Consórcio dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ).
Resposta da Cetesb
Em fevereiro deste ano, milhares de peixes de diferentes espécies foram achados mortos no Rio Piracicaba. Na época, o manancial enfrentava a seca mais rigorosa para o período nos últimos 50 anos. Sobre a ocorrência desta quarta-feira, a assessoria de imprensa da Cetesb respondeu o seguinte:
“A longa estiagem está prejudicando a qualidade das águas dos rios do estado de São Paulo. O Rio Piracicaba é um exemplo disso. Uma das consequências desse fenômeno climatológico é a redução de sua vazão normal, sendo visível a baixa do nível das águas em todo o seu percurso.
O problema é que o volume de esgoto gerado não se altera, o que faz com que a concentração de poluentes aumente. E isso traz consequências como o odor e a presença de espuma nas águas do Rio Piracicaba, o que tem ocorrido com frequência nos últimos meses.
O Rio Piracicaba, na altura do município de Piracicaba, já recebeu toda a carga de esgotos, tratados e não tratados, lançados pelos municípios localizados à montante. O detergente presente no esgoto, mesmo o biodegradável, precisa de oxigênio na água para se degradar e, em grandes concentrações, as bactérias presentes nas águas não conseguem destruir nem esses produtos.
A mortandade de peixes também é, provavelmente, consequência da estiagem, que levou à redução do teor de oxigênio dissolvido nas águas do rio. Outra possibilidade é ter ocorrido algum lançamento irregular de produto químico tóxico, o que só vai ser possível confirmar após vistoria no trecho do rio a montante do ponto em que ocorreu a mortandade.”


FONTE G1 Piracicaba e Região